ARTIGO

Fazer o bem faz bem
Por Neto

Atividades com fins sociais cresce cada vez mais em países desenvolvidos. É comum ver empresários e executivos americanos, trabalhando em causas beneficentes, talvez porque eles perceberam que as diferenças sociais só traz malefícios a sociedade como um todo e sabem, que a melhor forma de gerar riquezas, sejam elas econômicas ou culturais, só é possível, nos dias de hoje, quando se eliminam os fatores excludentes da sociedade.

Parece que está evidente que a maioria dos problemas urbanos está relacionada diretamente à miséria, como por exemplo a violência. Não que os pobres sejam violentos, mas a condição em que vivem não permite a disseminação de valores familiares e, por que não, espirituais importantes para a formação do indivíduo, dificultando a formação de conceitos sobre o que é certo ou errado. Eu poderia dar muitos exemplos de problemas urbanos que tem como origem as políticas excludentes que existem na sociedade mas prefiro resumir os possíveis resultados que a sociedade terá se pudermos diminuir a diferença entre ricos e pobres.

Dar condições para que as pessoas mais pobres tenham acesso a educação, a informação e a saúde, resultará em pessoas mais preparadas para educar as gerações futuras, conseguir melhores empregos e por conseqüências melhores salários.

Percebam que o processo de formação de uma sociedade homogênea é dinâmica e isto refletirá no próprio desenvolvimento do país e, porque não, do mundo. Trabalhando-se na base dos problemas, dando as classes mais carentes acesso aos meios de informação, educação, melhorando o sistema de saúde (seja ele privado ou estatal), possibilitará que as pessoas tenham condições de aprenderem melhores profissões, tendo melhores salários, tornando-as menos dependentes dos órgãos estatais, possibilitando ao governo investir em outras áreas para o desenvolvimento do país. Sem falar no surgimento de uma nova classe consumidora ávida por produtos e serviços, gerando novos empregos e oportunidades, criando desta maneira um “ciclo vicioso”, porém, positivo de desenvolvimento.

A idéia do fazer o bem faz bem, está começando a ser disseminada também no Brasil, empresas como a Natura, fabricante de cosméticos, incentiva seus funcionários trabalhar em projetos sociais. São empresas inteligentes e que tem uma visão de progresso muito superior aos de nossos governantes. Empresas como essa sabem que não são só os necessitados que ganharão com essas ações. Eles tem uma visão global dos negócios. Não adianta criar novos produtos pois chegará um momento que não terá mais publico para consumi-los. Ajudar a acabar com a pobreza no mundo é uma maneira de continuar existindo. É o “dar os anéis para não se perder os dedos” com um sentido extremamente novo e bastante inteligente.
Porém, não devemos deixar que só uns poucos façam o bem. Precisamos propagar os benefícios que isto gera e não é só o espiritual. Nós, como formadores de opinião, temos obrigação de abrir os olhos de nosso governantes, empresários, líderes comunitários, etc e vender esta idéia. Até porque o povo não quer receber esmolas. Ele quer ter condições de vencer por si próprio, ter um salário digno e uma condição mínima de subsistência que inclua também o lazer, no qual ele pode cultivar seus bens culturais que são extremamente importantes para formação de uma nação.



A seção “Artigo” é escrita por integrantes da Rede Berel, colaboradores e amigos, as idéias expostas aqui não são necessariamente a opinião deste informativo.